terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu quero viver de ilusão

Saiu correndo na chuva. Olhos cheios de lágrima. – Ilusões, dramas e mais dramas que nossa consciência – ou inconsciência – arma para nós. Sonhos guiados por nosso coração e também aqueles escolhidos pela razão. Em questão de segundos, muita coisa passou pela cabeça. Quase que uma era. A música não perdia o sentido, o rumo, nem a direção. A última página do livro havia acabado de ser lida, assim como uma etapa da vida também havia sido cerrada. Mas não tinha para onde correr. - E correr era o que queria. - Correr contra o tempo. Correr das coisas ruins que cercam os sonhos. Correr das incertezas que a insegurança traz. Correr da saudade que aperta o peito. Correr das maldades do mundo que fragilizam a alma. Correr dos medos que a escuridão cria. Correr do negativismo que a sociedade infunde.  Fugir. Queria mesmo era fugir, e sabia muito bem por que. Só não tinha pra onde ir. Mas por isso ou aquilo, não poderia fugir. Onde estava toda a força? Toda a razão? E seus ideais? Não sabia de nada. E a confusão, o drama e as lamentações continuavam a torturar aquele coração que, há pouco, começava a bater de verdade, sem medo, sem receios e com vontade. Foi então que a emoção aflorou e a razão estremeceu. Mas a chuva, junto com as lágrimas, levou embora aqueles sentimentos ruins. Agora, é só saudade, nostalgia, drama, ilusão. Quero sentir, sentir e sentir e, se for necessário, deixar para pensar depois, ou nem pensar. É tão mais lindo, mais gentil, mesmo que iluda. E já dizia Oscar Wilde – “A ilusão é o primeiro de todos os prazeres”.